"Não posso crer n'um Deus que queira ser glorificado o tempo inteiro" - Nietzche
Introdução
A idéia de pecado nos acompanha desde quando, nas mais tenras idades, somos educados com o catecismo. Contudo, à medida que nos aprofundamos na religião católica, faz-se necessário uma melhor definição do pecado e das implicâncias que essa definição melhorada revela.
Pecado é uma palavra que deriva do hebraico e significa algo como "errar o ponto", vejamos então em que ponto erra o pecador.
1- Da ofensa à Deus
Ao indagar sobre o que é o pecado, o primeiro catecismo da doutrina cristã afirma que o pecado constitui na desobediência à lei de Deus. Contudo isso não resolve o problema do pecado em si mesmo, já que Deus não criaria as leis arbitrariamente.
Na teodicéia, podemos demonstrar que Deus é ato puro. Dizer que Deus é ato puro é o mesmo que dizer : Deus é ser puro e que Deus é o sumo bem. Se Deus é o bem supremo (aquele bem que serve de modelo para todos os bens inferiores) segue-se que qualquer tentativa de más ações são como tentativas de ignorar o bem em geral e por conseguinte o bem supremo. Assim é que Deus fica ofendido.
Interessante é que Deus não fica ofendido por ter perdido a sua glória (isso Ele não perderia, nunca), mas ofendido pelo próprio equívoco do homem. Isto é, sente-Se ofendido por alguém tentar privar o bem generalíssimo das suas ações e isso, mesmo nós criaturas ficamos não propriamente ofendidos, mas pelo menos perplexos diante de um homicídio cometido, pelo fato de tal homicida tentar privar o bem supremo da sua ação.
Acrescentando palavras aproximadas d'um sermão de Dom Tomás de Aquino: todo ação pecadora tem algo de infinito por tentar extirpar um Ser Infinito de sua causa.
2- A soberba
Quando a serpente tentou Eva, sugeriu-lhe que seria como Deus se comesse o fruto proibido. Tentada a ser como Deus, Eva sucumbe à sugestão da serpente. Este pecado que foi o original não só foi o primeiro como também o pecado que daria origem à todos os outros pecados. A primeira vista podemos ficar perplexos em como um pecado, um mal, poderia causar outro pecado, um outro mal, já que o mal não tem essência e se não tem essência não teria ato. Contudo, podemos imaginar o pecado como uma ação que tem por causa duas coisas:
A idéia de pecado nos acompanha desde quando, nas mais tenras idades, somos educados com o catecismo. Contudo, à medida que nos aprofundamos na religião católica, faz-se necessário uma melhor definição do pecado e das implicâncias que essa definição melhorada revela.
Pecado é uma palavra que deriva do hebraico e significa algo como "errar o ponto", vejamos então em que ponto erra o pecador.
1- Da ofensa à Deus
Ao indagar sobre o que é o pecado, o primeiro catecismo da doutrina cristã afirma que o pecado constitui na desobediência à lei de Deus. Contudo isso não resolve o problema do pecado em si mesmo, já que Deus não criaria as leis arbitrariamente.
Na teodicéia, podemos demonstrar que Deus é ato puro. Dizer que Deus é ato puro é o mesmo que dizer : Deus é ser puro e que Deus é o sumo bem. Se Deus é o bem supremo (aquele bem que serve de modelo para todos os bens inferiores) segue-se que qualquer tentativa de más ações são como tentativas de ignorar o bem em geral e por conseguinte o bem supremo. Assim é que Deus fica ofendido.
Interessante é que Deus não fica ofendido por ter perdido a sua glória (isso Ele não perderia, nunca), mas ofendido pelo próprio equívoco do homem. Isto é, sente-Se ofendido por alguém tentar privar o bem generalíssimo das suas ações e isso, mesmo nós criaturas ficamos não propriamente ofendidos, mas pelo menos perplexos diante de um homicídio cometido, pelo fato de tal homicida tentar privar o bem supremo da sua ação.
Acrescentando palavras aproximadas d'um sermão de Dom Tomás de Aquino: todo ação pecadora tem algo de infinito por tentar extirpar um Ser Infinito de sua causa.
2- A soberba
Quando a serpente tentou Eva, sugeriu-lhe que seria como Deus se comesse o fruto proibido. Tentada a ser como Deus, Eva sucumbe à sugestão da serpente. Este pecado que foi o original não só foi o primeiro como também o pecado que daria origem à todos os outros pecados. A primeira vista podemos ficar perplexos em como um pecado, um mal, poderia causar outro pecado, um outro mal, já que o mal não tem essência e se não tem essência não teria ato. Contudo, podemos imaginar o pecado como uma ação que tem por causa duas coisas:
- A vontade do pecador
- Aquela causa que impede a bondade de ser
Por isso mesmo, Pe Onofre em seus sermões afirma que o pecado é uma desordem devida ao desejo do bem proprio em detrimento do bem supremo.
Ora, ao ignorar a supremacia de Deus, a criatura só o faz por tentar crer na supremacia própria , da mesma forma que os primeiros pecadores. Esse pecado é o pecado da soberba.
Além do mais, a soberba não está entre a lista dos vícios capitais proposta por Tomás de Aquino, já que ele considera a soberba como um pecado "capitalíssimo", causa de todos os outros pecados.
3- Da virtude
Quando o homem aje em prol do pecado, o faz seduzido por uma força maior que o desvia do bem inicial a que se propõe uma ação. Assim, quando rouba, o faz já que deseja um bem, mas ignora os meios naturais de obtê-lo. Todavia quando rouba, rouba para si, o que faz pensarmos no roubo como uma mesma ação de engradecimento próprio, como se aquele que recebe o espólio do roubo(o próprio autor)o merecesse gratuitamente.
É preciso que o homem , para evitar o pecado, coloque Deus no lugar que Lhe é de direito e assuma sua posição de criatura. Nada mais justo pois.
Desta forma, a criatura precisa constantemente orar para dar glórias à Deus e assumir a humildade decorrente da glorificação de seu senhor. Por isso, mesmo o Pai Nosso, começa com um enautecimento da pessoa do Criador("Santificado seja o vosso nome") sendo que ainda outras orações o fazem.
Sigamos o exemplo do próprio Cristo no deserto que, além de jejum, praticava a oração, glorificando Deus todo o tempo.
Ora, ao ignorar a supremacia de Deus, a criatura só o faz por tentar crer na supremacia própria , da mesma forma que os primeiros pecadores. Esse pecado é o pecado da soberba.
Além do mais, a soberba não está entre a lista dos vícios capitais proposta por Tomás de Aquino, já que ele considera a soberba como um pecado "capitalíssimo", causa de todos os outros pecados.
3- Da virtude
Quando o homem aje em prol do pecado, o faz seduzido por uma força maior que o desvia do bem inicial a que se propõe uma ação. Assim, quando rouba, o faz já que deseja um bem, mas ignora os meios naturais de obtê-lo. Todavia quando rouba, rouba para si, o que faz pensarmos no roubo como uma mesma ação de engradecimento próprio, como se aquele que recebe o espólio do roubo(o próprio autor)o merecesse gratuitamente.
É preciso que o homem , para evitar o pecado, coloque Deus no lugar que Lhe é de direito e assuma sua posição de criatura. Nada mais justo pois.
Desta forma, a criatura precisa constantemente orar para dar glórias à Deus e assumir a humildade decorrente da glorificação de seu senhor. Por isso, mesmo o Pai Nosso, começa com um enautecimento da pessoa do Criador("Santificado seja o vosso nome") sendo que ainda outras orações o fazem.
Sigamos o exemplo do próprio Cristo no deserto que, além de jejum, praticava a oração, glorificando Deus todo o tempo.
Bibliografia
Tomás de Aquinto - Suma Teologica , prima secundae (Q55- 57/Q71-79)
Paulo Ricardo - Um olhar que cura
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