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sexta-feira, 30 de maio de 2014

E sereis como deuses

Descartes ao dizer "cogito, ergo sum" tira o ser como fundamento da realidade e coloca o sujeito. é um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para o humanismo. Analogamente, no direito civil, o indivíduo tira o direito como fundamento da lei e coloca a si mesmo como o fundamento jurídico. No campo da ciência, retira-se o objeto de estudo para colocar-se o "eu", a minha ciência. No campo da moral, o amor se reduz ao âmbito do amante e não do amado.
Ora, se a concepção de Descartes não era a realidade, mas a ideia, logo a concepção atual da ciência jurídica não é o direito, mas a ideia do indivíduo, isto é, a lei. Da mesma maneira, na ciência pós-cartesiana, o objeto de estudo é um conjunto subjetivo de asserções, isto é, leis, sem fundamento na realidade, mas com fundamento no sujeito.
Fica claro porque os homens estão mais acorrentados após o humanismo do que antes dele: cada indivíduo elevado a condição de um deus com suas próprias leis, ciências e realidades artificiais condimentada por amor próprio (egoísmo) só pode resultar em verdadeiros tiranos. 
O humanismo é, em outras palavras, anti-humano.