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terça-feira, 20 de julho de 2010

“IPSA CONTERET”. ELA ESMAGARÁ.

Foi este o lema do brasão de Dom Antônio de Castro Mayer, Bispo de Campos, que viveu de 1904 a 1991.
De uma impressionante inteligência e unidade de pensamento, Dom Antônio não poupou esforços para defender a Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sofrendo humilhações, críticas, calúnias e desprezos, manteve-se firme na Fé, combatendo, com seus numerosos artigos e Cartas Pastorais, o progressismo que via instalar-se na Diocese. As dificuldades encontradas e as pressões exercidas pelos adversários não o fizeram desanimar ou negligenciar o seu dever de transmitir aquilo que recebeu – Tradidi quod et accepi! – e bem apascentar as ovelhas a ele confiadas.
Unido a Dom Marcel Lefebvre, manteve-se irredutível no combate pela Tradição. Juntos, fizeram manifestos de resistência à inovação e de advertência ao Papa. Após o Concílio Vaticano II, foram estes os dois únicos Bispos a continuar denunciando publicamente os erros que corrompem a Fé e que fazem perder tantas almas.
Após os 42 anos de episcopado, o saudoso Bispo deixou uma rica herança espiritual aos fiéis. Herança esta que, infelizmente, vem sido desprezada por seus filhos, muitos dos quais não mais têm em conta os conselhos e admoestações deste zeloso pai. Na cidade, que já foi conhecida mundialmente pela defesa da Fé, nem vestígios do combate empreendido por Dom Antônio.
O seu zelo e amor à verdade fizeram deste Bispo um grande defensor da Fé Católica. E de onde ele tirou força para empreender tal obra tão extraordinária? Devoto fervoroso e terno da Virgem Santíssima, encontrou nEla, sem dúvida, a firmeza e a fortaleza necessárias. Em sua conhecida Carta Pastoral “Aggiornamento e Tradição”, ele escreve:


“A situação é tão grave, o mal tão profundo, que hoje, mais do que em tempos passados, é necessário o apelo aos meios sobrenaturais da graça. Entregues a nós mesmos, somos incapazes de resistir à onda elevada pelos falsos profetas, e menos ainda de fazê-la amainar, de modo que possam as almas continuar serenamente nas vias da imitação do Divino Salvador. Recorramos, pois, à oração, e especialmente à devoção a Maria Santíssima, Senhora nossa. A Tradição é unânime em apresentá-La como Medianeira de todas as graças, como Mãe terníssima dos cristãos, empenhada na salvação de seus filhos, como interessada na integridade da obra de seu Divino Filho.”.


Assim, nestes tempos de crise, nos refugiemos sob a proteção de Maria Santíssima, esperando que Ela, vencedora de todas as heresias, alcançará do seu Divino Filho a vitória sobre os inimigos da Santa Igreja.
"IPSA CONTERET". ELA ESMAGARÁ.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As congregações Marianas

Por Maria Eduarda Lacerda

Um breve histórico

No ano de 1563, o Padre Jean Leunis S.J. que era professor do Colégio Romano, organizou entre os alunos uma associação que propõe a seus membros: uma vida cristã exemplar e fervorosa. Um trabalho apostólico como o ensino do catecismo e a visita aos hospitais e prisões e uma especial devoção à Virgem Maria. Esta iniciativa começa a ser imitada em seguida em outros Colégios dos Jesuítas na Europa e na América, com o nome de Congregação Mariana.

Através dos séculos seguintes, as Congregações Marianas foram se multiplicando e o que sempre caracterizou-as foram os jovens em intercâmbio entre os mais velhos, compartilhando experiências. Isto ocorreu até o Concílio Vaticano II.

Após o Concílio, a Igreja tomou novos rumos. Havia a necessidade de integrar as pessoas na comunidade paroquial, e as Dioceses abriram espaços para os Movimentos, Associações e novas Pastorais e os Congregados Marianos e Congregadas Marianas passaram a dividir os espaços dentro da Paróquia que até então eram praticamente só seus com os demais irmãos.

Com estas transformações, que foram muito rápidas, os Congregados Marianos e Congregadas Marianas ficaram desorientados e muitos passaram a integrar as novas Pastorais, os Movimentos ligados aos casais, e abandonaram as Congregações Marianas. Mas muitas Congregações resistiram e com dificuldades foram se atualizando para a nova realidade da Igreja católica após o Concílio Vaticano II.

Assim como acontece com a primavera que, passado o inverno, faz desabrochar o verde e as flores mais lindas, após a dolorosa provação, as congregações multiplicaram-se por toda parte e, com elas, os grandes frutos de santidade reconhecidos pela Igreja. Em sua longa história, as Congregações Marianas, como verdadeiras “escolas vivas de piedade e vida cristã operante” deram, até o presente, à Igreja, pelo menos 62 santos canonizados e 46 beatos, 22 fundadores de Institutos Religiosos, mártires, missionários e pessoas de vida cristã exemplar. De 1567 até agora, entre os 31 Papas que ocuparam a Cátedra de São Pedro, 23 eram Congregados Marianos, inclusive o Papa João Paulo II que, aos 14 anos, foi membro-fundador de uma Congregação Mariana, em sua cidade natal.

As congregações hoje

As Congregações Marianas conhecidas agora são paroquiais e submetidas à autoridade diocesana. Havendo pelo menos três congregações numa Diocese estas podem formar uma Federação. Num mesmo estado, havendo mais Federações, estas formam uma Coordenação estadual. A união de todas as coordenações ou Federações integram a Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil.

As Congregações Marianas reúnem seus membros uma ou duas vezes por mês a fim de estudar a vida apostólica de Maria Santíssima, procurar imitá-la em tudo e ajudar a viver sempre mais intensamente a consagração feita à Mãe de Deus, segundo a fórmula elaborada por um grande congregado Mariano: São Francisco de Sales.

Os Congregados Marianos podem ser reconhecidos nas reuniões ou celebrações da Igreja pela fita que carrega no pescoço da cor azul (cor litúrgica da Virgem Maria), em cuja extremidade está uma medalha prateada com a imagem do Nosso Senhor Jesus Cristo de um lado, de outro a da Mãe Santíssima, a Virgem Maria.

Esta congregação permite que todos os congregados permaneçam sempre unidos e participantes, dá força e instrução para enfrentar as situações complicadas do cotidiano. Admite uma única exigência: ser consagrados numa congregação regular ou ter o desejo de se consagrar numa congregação regular após uma devida preparação.

Pensando em Maria Santíssima e procurando reproduzi-la em sua própria vida e nas suas obras, a saudação entre os Marianos é Salve, Maria!

Tota pulchra es, Maria, et macula originalis non est in te

Por Laura Peixoto

O pecado original trouxe, a todo o gênero humano, as mais funestas conseqüências, levando-nos à inimizade de Deus, a tornar-nos escravos do demônio e merecedores do inferno. Nas palavras de São Pio X: “Deus, porém, não desamparou Adão e sua descendência em tão desventurada sorte. Em sua infinita misericórdia prometeu-lhes logo um Salvador (o Messias), que haveria de vir para livrar o gênero humano da servidão do demônio e do pecado, e merecer-lhe a glória.” No entanto, dessa desventura da culpa original, livrou Deus a Santíssima Virgem, destinada para ser a Mãe do Salvador. O Cardeal Cusano disse sobre isso: “os outros tiveram um Redentor que os livrou do pecado já contraído; porém, a Santíssima Virgem teve um Redentor que, em sendo seu Filho, a livrou de contrair o pecado”. Vejamos, seguindo o que escreveu Santo Afonso de Ligório, alguns dos motivos pelos quais convinha à Santíssima Trindade isentar Maria dessa culpa:

1. Maria: filha primogênita de Deus – Ao Pai Eterno convinha poupar Maria da culpa original, pois que ela é a sua filha primogênita, a primogênita do Senhor. Dessa forma, era muito conveniente que ela não fosse escrava de Lúcifer por um momento sequer, pertencendo unicamente a Deus, seu Criador.

2. Maria: reparadora do mundo perdido e vencedora da serpente infernal – Assim como a Arca de Noé livrou os homens do dilúvio, também por Maria somos salvos do pecado. Por ela veio ao mundo o Salvador. É inconveniente, no entanto, que o intermediário da paz seja inimigo do ofendido. Por isso, Maria não podia aparecer como inimiga de Deus. Além disso, a Santíssima Virgem foi posta no mundo para vencer a serpente infernal. Não convinha, por isso, que ela houvesse sido subjugada e escravizada pelo demônio.

3. Maria: Mãe de Jesus Cristo Nosso Senhor – Santo Afonso nos diz que, tendo Maria sido destinada para Mãe de Nosso Senhor, era necessário, pela honra do seu Filho, que Deus a criasse pura e sem mácula, preparando para o Salvador uma digna morada. Como Deus poderia, então, dar a Lúcifer o ensejo de exprobrar ao Filho a vergonha de ter nascido de uma sua escrava? Assim repetimos com o Ofício da Imaculada Conceição: “A nobreza do Filho assim pedia a culpa de Eva não tocar Maria.” “Deus, que pôde conceder a Eva a graça de vir ao mundo imaculada, não poderia também tê-la concedido a Maria?”. Pôde e assim fez. Não obstante o Pai querer preparar ao Filho uma digna habitação, Santo Afonso diz ainda que “nenhum outro filho pode escolher sua mãe. Mas se a algum deles fosse dada tal escolha, qual seria aquele que, podendo ter por Mãe uma Rainha, a quisesse escrava? Ou, podendo tê-la amiga, a quisesse inimiga de Deus?”. Assim, se Nosso Senhor pudesse fazer sua Mãe a mais santa de todas e não quisesse, não seria um bom filho. Tomás de Estrasburgo diz que “certamente pecaria o filho que, podendo preservar a mãe da culpa original, não o fizesse logo. Mas, o que para nós é pecado, não seria certamente decoroso ao Filho de Deus”. E se, no entanto, quisesse fazer sua Mãe a mais santa de todas, mas não pudesse, não seria certamente Deus. No entanto, ele quis, pôde e fez. Santo Afonso ainda nos recorda que o Senhor nos deu o preceito de honrar os nossos pais. Por isso, Ele próprio não quis deixar de observá-lo e, assim, cumulou a sua Mãe com todas as graças. Logo, Deus Pai quis conservar pura e imaculada aquela que receberia em seu seio o seu Divino Filho; e o Filho quis atender à honra de sua Mãe preservando-a de toda mancha.

4. Maria: Esposa do Divino Espírito Santo - É Maria Mãe de Deus e também sua Esposa. “O Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc 1, 35). Convinha, portanto, à Esposa do Espírito Santo uma formosura ilibada. Sobre esse ponto nos exemplifica Santo Afonso: “Suponhamos que um excelente pintor tivesse que desposar uma noiva, formosa ou feia, conforme os traços que lhe desse. Que diligência não empregaria, então, para torná-la a mais bela possível!”

Vê-se, portanto, que foi sumamente conveniente à Santíssima Trindade que preservasse Maria do pecado original. Foi então que, em 8 de dezembro de 1854, pela Bula Ineffabilis, Pio IX declarou dogma de fé a doutrina que ensina ter sido a Mãe de Deus concebida sem mancha, por um especial privilégio divino. A partir de então, em todo oito de dezembro a Igreja comemora a festa da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem, exclamando: “Toda és formosa, ó Maria, e em ti não há mácula original”.

Procuremos, pois, defender sempre esse nobre título da Virgem Maria e invocar o seu nome nas dificuldades dessa vida.

Ó doce Senhora, que a devoção à vossa Imaculada Conceição faça-a volver a nós os vossos olhos misericordiosos para que, amparados por vós e com o auxílio da vossa intercessão, possamos alcançar a bem-aventurança e louvá-la para sempre no Céu.