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sábado, 28 de janeiro de 2012

Liberdade Religiosa e Ecumenismo - Dom Mayer

A liberdade religiosa
Assim, sobre a liberdade religiosa, podemos resumir em três itens o ensino oficial do Magistério eclesiástico: a) ninguém pode ser coagido, pela força, a abraçar a Fé Católica; b) o erro não tem direito nem à existência, nem à propaganda, nem à ação; c) este princípio não impede que o culto público das religiões falsas possa ser eventualmente, tolerado pelos poderes civis, em vista de um bem maior a obter-se, ou de um mal maior a evitar-se (Cfr. AL. Pio XII, 6.XII.1953).
Com o princípio de bom senso, que tolera a eventual existência de religiões falsas, a doutrina da Igreja atende mesmo às condições de fato de uma sociedade, religiosamente, pluralista. Não admite, porém, nem poderia admitir, no homem, um direito natural de seguir a religião do seu agrado, prescindindo de seu caráter de verdadeira ou falsa. Aceitar semelhante direito em nome, por exemplo, da dignidade humana, envolve uma profunda inversão da ordem das coisas. Pois, a dignidade do homem que toda ela procede de Deus, passaria a sobrepor-se à obrigação fundamental que tem esse mesmo homem com relação a Deus: a de cultuá-Lo na verdadeira religião.
Outra posição, lesiva dos direitos divinos, está implícita naquele princípio: o Estado deveria ser necessariamente neutro em matéria de religião. Deveria sempre dar plena liberdade de profissão e propaganda a qualquer culto. Atitude esta que contradiz o ensino católico tradicional, uma vez que, criatura de Deus, também a sociedade, como tal, tem o dever de cultuá-Lo na Religião verdadeira, e de não permitir que cultos falsos possam blasfemar o Santíssimo Nome do Senhor (Cfr. Leão XIII, Enc. “Immortale Dei” e “Libertas”). Não é difícil verificar-se que este princípio falsíssimo de liberalismo corre em meios católicos como doutrina oficial.

O Ecumenismo
Intimamente relacionada com a liberdade religiosa está a questão do Ecumenismo como ele é entendido e praticado. A liberdade religiosa que acabamos de ver, dá ao homem pleno direito de seguir sua religião, ainda que falsa, e impõe ao Estado o dever de atender aos cidadãos no uso de semelhante direito. A liberdade religiosa, pois favorece, quando não impõe, o pluralismo religioso.
Ora, acontece que, numa sociedade dilacerada por esse pluralismo, a identidade de origem de todos os homens, os mesmos problemas que resolver, as mesmas dificuldades que enfrentar, despertam nos indivíduos o anseio de buscar uma unidade de fundo religioso, visto que a comunhão na convicção religiosa é um meio excelente de congregar esforços, para a conquista do bem comum e do interesse público. Daí os movimentos visando chegar à união das várias religiões, mediante a aceitação de princípios comuns a todas elas, sem exigir a renúncia às características específicas de cada uma, que continuaria distinta das outras.
Semelhante ecumenismo muitos o restringem às confissões que se dizem cristãs.

(Fragmento da ''Carta Circular sobre a Pureza e Integridade da Fé'', 01 de Junho de 1981, Dom Antônio de Castro Mayer, Bispo de Campos.)

Proteção e Mediação de Maria Santíssima - Dom Mayer

Acenamos, amados filhos, a algumas práticas, através das quais, procura-se instaurar na Igreja um cristianismo novo, destoante daquele que Jesus Cristo veio trazer à terra. Em Nossa Pastoral de 19 de março de 1966, sobre a aplicação dos Documentos conciliares, salientamos o grande perigo que de tais práticas se origina para a fé, intoxicadas, como estão, pela heresia difusa que encontra conivência na mentalidade relativista do mundo moderno. A situação é tão grave, o mal tão profundo, que hoje, mais do que em tempos passados, é necessário o apelo aos meios sobrenaturais da graça. Entregues a nós mesmos, somos incapazes de resistir à onda elevada pelos falsos profetas, e menos ainda de fazê-la amainar, de modo que possam as almas continuar serenamente nas vias da imitação do Divino Salvador.
Recorramos, pois à oração, e especialmente à devoção a Maria Santíssima, Senhora nossa. A Tradição é unânime em apresentá-La como Medianeira de todas as graças, como Mãe terníssima dos cristãos, empenhada na salvação de seus filhos, como interessada na integridade da obra de seu Divino Filho. Nas situações difíceis, em que Se tem encontrado, a Igreja habituou-nos a suplicar o valioso e eficaz auxílio da Santa Mãe de Deus, seja para profligar heresias, seja para impedir que o jugo dos infiéis pesasse sobre os cristãos. Podemos dizer que a Igreja jamais Se achou em crise tão grave e tão radical, como a que hoje alui seus fundamentos desde os seus primeiros alicerces. É sinal de que a proteção de Maria Santíssima se torna mais necessária. A nós compete fazê-la real mediante nossas súplicas à Santa Mãe de Deus. Nesse sentido, renovamos a exortação que fizemos à reza cotidiana do terço do santo Rosário, cuja valia aumentaremos com a imitação das virtudes de que a Virgem Mãe nos dá particular exemplo: a modéstia, o recato, a pureza, a humildade, o espírito de mortificação na renúncia de nós mesmos, e a caridade com que, pelo bom exemplo, como discípulos de Cristo “impregnamos de seu espírito a mentalidade, os costumes, e a vida da cidade terrena” (p.105). Confiamos que a proteção da Santa Mãe de Deus nos conservará a fidelidade à Tradição na nossa profissão de fé e nas nossas práticas religiosas, como nos hábitos de nossa vida católica.
Certo de que tão excelsa proteção jamais nos faltará, enviamos aos Nossos zelosos Cooperadores e amados filhos, Nossa cordial bênção pastoral, em nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Dada e passada na Nossa Episcopal Cidade de Campos, sob Nosso sinal e selo de Nossas armas, aos onze dias do mês de abril do ano de mil novecentos e setenta e um, na Santa Páscoa do Senhor.

(Dom Antônio de Castro Mayer, Bispo de Campos dos Goytacazes)

ECUMENISMO - Dom Antônio de Castro Mayer

    ''O Cristianismo é a floração religiosa e cultural da Igreja, instalada na Terra por Jesus Cristo, para continuar sua obra de dar glória a Deus e salvar as almas. Depois de uma gloriosa epopeia, em que venceram o Paganismo e dominaram as heresias, os Apóstolos e seus sucessores converteram em Católico o antigo Império Romano.

 No século XVI, o orgulho de um frade apóstata, Martinho Lutero, quebrou essa unidade, substituindo a palavra oficial da Igreja pelo livre exame com que cada qual entederia a Bíblia Sagrada.

   Por volta de 1910, os emissários protestantes, com ação em terras de Missão, reuniram-se em Edimburgo, com o fim de fixar um meio de evitarem recíprocos obstáculos. Na ocasião, Carlos Brent propôs que se convidassem todos os cristãos a fazer parte desse movimento unicionista. Foi a origem do Movimento ecumênico das igrejas, responsável pelas reuniões de Genebra, Lausane e Edimburgo, Soderbon, o bispo luterano de Upsala iniciou movimento semelhante. Depois da última grande guerra, os dois movimentos reuniram-se no Conselho Mundial das Igrejas (CMI), com sede em Genebra, com representantes praticamente de todas as seitas protestantes e greco-ortodoxas.

A Igreja Católica, por isso é a única verdadeira Igreja de Cristo, jamais fez parte do CMI, e, sem caráter ou atitude hostil, deu, sobre a matéria, orientação doutrinária nas encíclicas ''Mortalium animos'' de Pio XI (06/01/1928) e ''Orientales omnes ecclesias'', de Pio XII (28/12/1945), e orientação disciplinar, na Instrução do Santo Ofício de 20/12/1949.


O Concílio Vaticano II, sob inspiração de Paulo VI, que acusava o Concílio de Trento de ter se afastado da Tradição (cf. Colóqio de Guitton, c. 13), mostreu-se muito liberal no decreto sobre o Ecumenismo. Daí o surgir, no pós-Concílio, nos meios católicos, uma literatura que se desvia dos ensinamentos de Pio XI e Pio XII''.

(Trechos do Artigo ''ECUMENISMO'', de Dom Antônio de Castro Mayer, Monitor Campista, 21/10/1984. pág. 4)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O ROSÁRIO - Dom Antônio de Castro Mayer

     O mês de outubro, por determinação do Papa Leão XIII, é dedicado à devoção do Santíssimo Rosário da Bem Aventurada Virgem Maria.

     É a palavra autorizada deste grande Papa que nos diz o valor e da eficácia desta devoção, generalizada na Santa Igreja, mas que conta com adversários sinuosos e perseverantes. Leão XIII parece descrever a situação de hoje. Daí a atualidade de suas palavras. Diz ele:

     ''E de todos conhecídissimo com quantas e quais meios de corrupção a malícia do mundo, iniquamente, se esforça por enfraquecer e por extipar, inteiramente, dos corações a fé cristã e a observância da lei divina, que alimenta essa fé e a faz frutificar. E, já por toda parte, o campo do Senhor, como que talado por uma terrível peste, quase se asselvaja, pela ignorância da religião, pelo erro e pelos vícios.

     E o que é ainda mais doloroso, é que aqueles que poderiam e teriam o sagrado dever de porem um freio ou de infligirem justas penas à perversidade tão arrogante como que lhe dando incentivo, ou pela inércia, ou pelo apoio. Por isso, temos muita razão de entristecer-nos por vermos que às escolas públicas, deliberadamente , se tenha dado uma organização tal, que consente que o nome de Deus seja nelas calado, ou ali seja ultrajado.

    Devemos entristecer-nos, outrossim, com a licença, cada vez mais disfarçada de imprimir ou pregar toda sorte de ultrajes contra Cristo, Deus e sua Igreja... A prática da vida já agora não está mais de acordo com a fé. Quem considerar esta perversão a esta ruína dos interesses mais vitais, certamente não se admirará se, por toda parte, as nações gemem, sob o peso dos castigos divinos, e ficam consternadas pelos temor de calamidades ainda mais grave''.

    Feito o diagnóstico da situação sócio-religiosa, aponta o Papa na oração especialmente do Santo Rosário, o meio seguro de obter o saneamento do mal:

     ''Para aplacar a majestade de Deus ofendida e para proporcionar o necessário remédio àqueles que tanto sofrem, certamente não há melhor meio do que a oração devota e perseverante, unida ao espírito e à prática da vida cristã. Para conseguir esses dois escopos, julgamos que o mais indicado meio é o ''Rosário Mariano''.

     Leão XIII recorda aqui como a devoção do Santíssimo Rosário, espalhada por São Domingos de Gusmão, purificou o sul da França da peste dos Albigenses, ''pertubadora e corruptora da integridade da Fé e dos costumes''.

     Leão XIII ordena que, no mês de outubro, diariamente se reze ao menos o Terço do Santíssimo Rosário, durante a Missa, se o exercício fizer pela manhã, diante do Santíssimo Sacramento exposto, caso seja ele realizado à tarde. Esta praxe instaurada por Leão XIII é ainda lembrada pelo Diretório Litúrgico, no fim do mês de setembro.

(Dom Antônio de Castro Mayer, Monitor Campista, 18 de Outubro de 1981).

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sermão do Padre Cardozo 22/01/2012 - Campos dos Goytacazes

Era uma vez três anjinhos que desejavam conhecer o mundo. Foram os três pedir a São Pedro que permitisse que eles saíssem. São Pedro, no entanto, respondeu que deveriam pedir autorização a Jesus. Os três anjinhos foram, então, pedir a Jesus que Ele deixasse que fossem conhecer o mundo. Jesus permitiu, mas disse a eles o dia e a hora que deveriam retornar.
São Pedro abriu as portas do Céu e lá se foram os anjinhos.
Um deles ficou admirando o belo entardecer de um dia. Outro se encantava de ver as paisagens dos montes. O outro se entretinha brincando com um menino em um berço. Até que chegou a hora combinada para o retorno ao Céu. São Pedro, então, abriu as portas e entrou o primeiro e o segundo anjinho. Mas, e o terceiro?! Não havia retornado. São Pedro fechou as portas. Algum tempo depois o terceiro anjinho chegou pedindo para entrar. São Pedro respondeu-lhe: “Lembras o que aconteceu lá no início quando alguns anjos desobedeceram a Deus? Agora, para que você possa entrar novamente, terá que trazer para Deus a coisa que Ele mais gosta.” Em seguida, fechou a porta.
O anjinho ficou pensando o que poderia ser essa coisa. Pensou, então, em buscar uma estrela, a maior e mais brilhante de todas, pois assim Jesus poderia colocar na coroa da Virgem Maria, Ela ficaria feliz, Ele também, haveria festa no Céu e ele conseguiria entrar. Foi o anjinho buscar aquela estrela e levou até São Pedro. Este respondeu: “Anjinho... Não sabes que Deus pode criar quantas estrelas quiser, maiores e mais brilhantes que esta?” E fechou a porta.
O anjinho ficou pensativo e lembrou-se que Jesus gosta da humildade. Foi então buscar uma flor bem pequenina, porém muito bela, que lembrava ter visto no seu passeio à Terra. Assim, Jesus poderia oferecer aquela florzinha à Virgem, Ela ficaria feliz, Ele também e assim ele conseguiria entrar no Céu. Assim fez. Foi buscar a florzinha e levou-a a São Pedro, que respondeu: “Anjinho, anjinho... Não sabes que Deus pode criar quantas flores quiser e tão belas quanto desejar?! Vou te dar uma dica: Você tem que trazer a coisa que Deus mais gosta e que, no entanto, Ele não pode fazer.” O anjinho assustou-se: “Mas, como Ele não pode fazer se Ele é Onipotente?! O que será essa coisa?!” São Pedro fechou novamente a porta. 
Pensando no que poderia ser aquilo, o anjinho foi vagar pela Terra. Avistou uma igreja e nela entrou. Enquanto estava lá, viu entrar um velho com uma bengala. Sua feição não era das melhores. Pensou o anjo: “Este não deve ter sido um anjinho na sua vida.” O velho, então, dirigiu-se ao confessionário e lá se ajoelhou. Curioso, o anjinho foi ver o que ele dizia ao padre. Chegando lá, viu que aquele velho chorava os seus pecados. O anjinho estendeu a sua mão e deixou que as lágrimas daquele homem caíssem sobre ela. Saiu dali e foi falar com São Pedro: “Veja, São Pedro. Agora sei do que se trata. Trouxe para Jesus a coisa que Ele mais gosta e, no entanto, não pode fazer: as lágrimas de um pecador arrependido.”
Naquele momento, São Pedro abriu as portas do Céu e deixou que o anjinho finalmente entrasse.

(Sermão do Padre Cardozo em 22 de janeiro de 2012)

Devido ao livre arbítrio, Deus não pode obrigar um pecador a se converter.
Rezemos pela conversão dos pobres pecadores e peçamos também perdão pelos nossos pecados e a graça de um sincero arrependimento: “Perdão, perdão, ó Divino Coração.”

“Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa.” (São Lucas 15, 10)
 (Laura Panisset)

domingo, 22 de janeiro de 2012

O Catolicismo de Hitler

Só a Igreja se pronunciou claramente contra a campanha hitlerista que suprimia a      liberdade. 
Até então a Igreja nunca tinha chamado minha atenção; hoje, porém, expresso
admiração e meu profundo apreço por esta Igreja que, sozinha, 
teve o valor de lutar pelas liberdades morais e espirituais”
(Albert Einstein no The Tablet de Londes)


1- Introdução
Muito se fala hoje em dia contra a Igreja de Cristo. Um dos mais maliciosos argumentos era o de que A. Hitler fora católico e que suas atrocidades se devem a sua crença. Esse artigo visa esclarecer todos as premissas básicas dessa calúnia para que os católicos não se dispersem na sua fé e para que, principalmente, os anti-católicos se retratem das suas mentiras.
2- Argumentação anti-católica
2.1- Falas de Hitler

  • "Com essa missão, o estado, pela primeira vez, assume sua verdadeira finalidade. Em vez do palavreado irrisório sobre segurança da paz e da ordem, por meios pacíficos, a missão da conservação e do progresso de uma raça superior escolhida por Deus é que deve ser vista como a mais elevada" (Mein Kampf)
  • "Por isso, acredito agora que ajo de acordo com as prescrições do Criador Onipotente. Lutando contra o judaísmo, estou realizando a obra de Deus." (Mein Kampf, pág 46)
  • "Eu acredito que hoje eu estou agindo no sentido de o Criador todo poderoso. Ao repelir os judeus, estou lutando pelo trabalho do senhor." (Discurso no Reichstag)

    Lendo-se

    superficialmente as frases de Hitler, tem-se a impressão de que eleera, assim como Abel, um justo servidor do Senhor e que pretendia realizar no mundo os desígnios desse mesmo Senhor. Poderíamos acreditar, que ele era um católico até conservador, já que nenhum católico liberal coloca como causa de suas ações o Senhor.
2.2- A comunhão de Hitler com o papa
Mesmo que a tese anterior forneça apenas um indício do catolicismo de Hitler, existem argumentos que em conjunto com os anteriores reforçam ainda a tese.








Podemos notar nas fotos acima o encontro de Hitler com o papa. Parece que o papa, não só apoiou o regime, como esteve presente em uma de suas manifestações. Fato consumado. Então parece que, de fato, o nazismo oriundo de Hitler, era oriundo antes de tudo do seu catolicismo, por isso mesmo é que o papa apoiou a Hitler e seu nazismo, por ver naquilo uma expressão do catolicismo. Ainda que discordem, podemos ver na foto abaixo o papa Bento XVI, quando ainda era novo, fazendo uma saudação nazista


    

    
Ora, é inegável que a Igreja, se no mínimo não apoiou o nazismo, pelo menos tinha por ele um forte apreço.


3- Solução dos Problemas
3.1- A Gnose
A gnose é uma corrente mística oriunda da Pérsia e que se define por pelo menos três proposições:
  1. A alma é uma partícula divina;
  2. A vida é a encarnação da partícula divina na matéria;
  3. A matéria é essencialmente má.
As conclusões de se admitir verdadeiras essas proposições são inúmeras. Pode-se concluir que se foi Deus quem encarnou o homem na matéria, tal Deus é mal. A vida, como resultado de uma maldade, é por si mesmo má. Se toda alma é uma partícula divina, não há diferença entre a alma de um animal e uma alma humana, o que produz a desigualdade é a matéria. Por isso mesmo, a razão, a sensação e percepção não passam de "efeitos ilusórios" do mundo material. Enfim, um diversidade de conclusões.

3.2- A Gnose de Hitler
  • "Nós queremos homens livres, que sentem que Deus está neles" (Hitler)
Nota-se claramente nessa outra exclamação de Hitler, a Gnose (proposição 2). Que outra coisa seria essa sensação de Deus nos homens, senão a própria Gnose?

Santo Agostinho que fora outrora um gnóstico da seita dos Maniqueus, denuncia todos os erros desse sistema abominável no seu livro "Contra Manicheos", mas é o doutor angélico que pergunta na Suma contra os Gentios se a alma é uma partícula de Deus.
Nesse artigo, não pretendemos refutar a Gnose. Por isso demos apenas as conclusões de Santo Tomás, que podem ser facilmente encontradas na Suma contra os Gentios. 
Tanto Santo Agostinho quanto São Tomás são doutores da Igreja. Seus raciocínios constituem, portanto, o raciocínio da Igreja. Ora, Hitler não defendia tais raciocínios, não podendo ser fiel a Igreja.

3.2.1- Santo Tomás contra a Gnose, portanto contra Hitler
Na Suma contra os Gentios, Santo Tomás conclui inúmeras proposições. São algumas delas:
  • Como Deus não pode ser forma de nada (demonstrado por ele anteriormente na Suma), alma não pode provir de Deus, já que a alma é forma do corpo (demonstrado anteriormente).
  • Como Deus é ato puro, não pode a alma provir de Deus, já que a alma, (por exemplo) aprende. Quer dizer, passa de potência do conhecer a ato de conhecer.
  • Como Deus é unidade pura e uma só substância, segue-se que é indivisível e que, se fosse divisível, a alma teria em si toda a substância de Deus, assim todos os homens possuiriam a mesma substância e portanto, o mesmo conhecimento e as mesmas virtudes.
  • Como a alma se forma com o corpo (demonstrado anteriormente), segue-se que não é uma partícula divina, já que Deus é anterior ao corpo.



3.3- Hitler contra as religiões
Algumas frases de Hitler, denunciam seu horror as religiões até então existentes.
  • "As religiões? Todas valem umas quanto as outras. Elas não têm, umas e outras, qualquer futuro. Pelo menos quanto aos alemães. O fascismo pode, se quiser, fazer sua paz com a Igreja. Eu farei o mesmo. Por que não? isto não me impedirá de extirpar o cristianismo da Alemanha" (Hitler)Hitler que outrora se demonstrou católico, quer agora extirpar o catolicismo da Alemanha. Como pode ser tão contraditório?


Tal pseudo contradição se resolve da seguinte maneira. As falas humanas não são falas técnicas, de forma que temos que elucidar todo o contexto para compreendermos o seu real significado. Daí, é possível que "ser católico" fosse só uma expressão. O que pode se confirmar por outra fala de Hitler:

  • "Certamente a Igreja foi alguma coisa outrora. Agora, nós somos os seus herdeiros, nós também nós somos uma Igreja"
Fica claro como Hitler se considerava herdeiro da Igreja, aproximadamente da mesma forma que Lutero é também um herdeiro da Igreja. Isso só significa sua ruptura com a Igreja de Cristo. Até mesmo por considerar o Nazismo uma outra Igreja.
Todo Católico diz que fora da Igreja não há salvação. Mas Hitler, o católico, diz que a Igreja ruiu e que a salvação para os alemães está dentro do Nazismo. Por isso que ele afirmara:
  • "À doutrina cristã do primado da consciência individual e da responsabilidade pessoal, eu oponho a doutrina da nulidade do indivíduo e de sua sobrevivência na imortalidade visível da nação. Eu suprimo o dogma da redenção dos homens pelo sofrimento e pela morte de um Salvador divino e proponho um dogma novo da substituição dos méritos: a redenção dos indivíduos pela vida e pela ação do novo Legislador-Führer, que vem aliviar as massas do fardo da liberdade"
Nota-se ainda, que ele não só se retirou da Igreja, como também "desmentiu" a redenção dos homens pelo Cristo. E mais prodigiosamente disse ser ele o redentor dos homens. Talvez por isso se fizesse necessário a fundação de uma nova instituição religiosa. E foi isso mesmo que ele fez.

3.4- Deutschen Christen
Assim que Hitler subiu ao poder, imediatamente pediu a Igreja Evangélica da Antiga união Prussiana para redigir um texto de acordo com os princípios nazistas. A união, que até então não tinha muito prestígio, aceitou e em abril do mesmo ano, apresentou um documento que esculpia a nova religião alemã. Curioso é Hitler ter pedido justamente a uma Igreja Protestante para fazê-lo, já que outrora afirmara:
  • "Por meu intermédio, a igreja Protestante poderia tornar-se a igreja oficial, como na Inglaterra".
A nova religião chamou-se Deutschen Christen ( Cristãos Alemães) e na foto abaixo, podemos vê-la a comemorar em Berlim o dia de Lutero.







    Nenhum católico comemoraria em sã consciência o dia de Lutero. Mas Hitler, o católico, comemorava publicamente. 
3.7- O Nazismo contra a Igreja



3.5- O Anti-semitismo
    Sabendo da admissão gnóstica de Hitler a favor da religião, conclui-se que o Nazismo tinha sim um caráter religioso, mas que sua religião era sobretudo a religião do arianismo. 
     Os hebreus de quem os judeus descendem, são descendentes de Adão e herdam, por isso, seu pecado original. Há contudo, correntes teológicas que negam que Adão tenha sido um homem, mas afirmam que Adão fora um conjunto de homens que teriam pecado. Pe Fábio de Melo pertence a essa corrente, segundo ele mesmo declarou no programa Jô Soares recentemente.
     Ora, se haviam tantos homens na época do pecado de Adão, haviam alguns homens que não pecaram. E é desses homens que descendem a raça ariana. Para Hitler, Cristo descendia da raça ariana. Por isso mesmo é que ele proibiu a redenção de Cristo. Se o povo alemão era ariano, logo não precisaria de nenhuma redenção.
    Ao mesmo tempo, o papa Pio XII declarou que de certa forma, todos os cristãos são semitas, por descenderem dos hebreus. Vemos portanto, como Hitler está em desacordo com tudo o que a Igreja de Cristo prega.


The Jewish News noticiando a ajuda do Vaticano aos judeus italianos


3.6- A Igreja contra o Nazismo
    A Igreja Católica sempre teve um caráter ideológico, por isso sempre condenou idéias. Não seria diferente no período do Nazismo. Sabe-se que o papa Pio XI imediatamente publicou uma encíclica que condena todos os princípios do Nazismo. E ainda escreveu em alemão para que todo povo alemão germânico tivesse acesso. 
     A encíclica "Mit brenneger Sorge" prudentemente não cita as palavras Nazismo e nem Hitler, pois não queria o papa que Hitler iniciasse imediatamente uma perseguição declarada contra a Igreja. Mesmo assim, quando Hitler esteve em Roma, retiraram o pontífice de lá por medo de algum ataque.
     Outro fato interessante é que mediante a criação do nazismo pelo partido de Hitler, a Igreja heretizou todas as suas teses e proibiu sob pena de excomunhão, os católicos de participarem de tal partido, por isso mesmo é que o Nazismo iniciou uma caça a todos os clérigos católicos.

Jornal Milwaukee Sentinel de 22 de março de 1937

3.7- O Nazismo contra a Igreja
Logo após observar que a Igreja de Cristo tinha um poder hierárquico sobre o mundo, Hitler tratou de ameaçar os clérigos. Os sacerdotes e bispos eram todos inimigos do estado alemão e por isso mesmo que ele os aprisionou em campo de concentração. O campo de Dachau, também chamado de campo dos padres por conter aproximadamente 3000 clérigos das mais diferentes posições hierárquicas. Um deles foi beatificado por João Paulo II em 1996. Negar que Hitler caçou e condenou os membros da Igreja é praticamente negar a existência do campo de Dachau, que continha em média um clérigo a cada dez prisioneiros.




Jornal falando da censura de Hitler ao documento "Mit Breneder Sorge"
    

3.8- As fotos
Curiosamente a política anti-cristianismo utiliza dos mesmos meios que o Nazismo utilizara: A propaganda. E propaganda das mais mentirosas. Na ânsia de combater a Igreja, muitos anti-cristãos agem com disfarce e mentira, tal como a serpente fez com Eva. Nota-se que a foto de Bento XVI foi cortada da foto original:




    A mentira não é senão risível, frente aos fatos facilmente peneiráveis diante da internet.



    Na foto acima, podemos ver o ex-presidente americano com judeus ortodoxos. Pode-se concluir através disso que ele era judeu?
    Já na foto em seguida, podemos ver Bento XVI seguido de outros líderes religiosos. Quer dizer que eram todos católicos ou que o catolicismo "fundou" tais religiões?

3.9- Contra as afirmações de Hitler
    "Nem todo aquele que diz "senhor, senhor" entrará no Reino dos Céus."
    As palavras de Cristo são as palavras dos Cristãos. Hitler invoca a todo tempo a palavra "Senhor" para designar seu "mentor". Vimos que seu mentor não passa do demiurgo gnóstico criador do mundo material, mas que ele atrevidamente chama de Deus. Vimos ainda que ele fundara uma outra religião contra a religião de Cristo. Por quais motivos ele teria declarado-se católico?
    Hitler adorava o Romantismo alemão. Tanto adorava que declarou após assistir Rienzie, do compositor romântico anti-semita Richard Wagner, que finalmente tinha conseguido sintetizar toda a idéia do nazismo. Alguns documentários afirmam que Hitler teria assistido Rienzie mais de 40 vezes. Devia ser ele mesmo um profundo entendedor da obra.
     Então como levar tecnicamente as palavras de um romântico que só afirmava incongruências ideológicas? Um cínico ou um ingênuo o poderiam, mas sob o olhar crítico da história, nenhum homem racionalmente o pode.


4-Conclusão

     Dizer que Hitler era Cristão somente levando em conta suas próprias afirmações é como dizer que o gato abaixo é um coelho pelas mesmas razões.



5- Bibliografia
http://www.portalateu.com/2010/09/17/palavra-de-ateista/
http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/5667
http://www.ilgiornale.it/interni/le_bugie_anticattoliche_ecco_bufala_foto__di_ratzinger_nazista/12-06-2010/articolo-id=452472-page=0-comments=1
http://en.wikipedia.org/wiki/German_Christians
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_de_Dachau
http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cartas&subsecao=historia&artigo=20060218152655&lang=bra
http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cartas&subsecao=historia&artigo=19991218001716&lang=bra
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090404100909AAlj6J0
http://news.google.com/newspapers?id=fhlQAAAAIBAJ&sjid=Ng0EAAAAIBAJ&pg=6430%2C4227971&dq=pope+pius+nazi&hl=en
http://revistavilanova.com/deu-no-jornal-papa-condena-o-nazismo-e-veementemente/
Santo Tomás - Suma contra Gentios pág 687 e 688- Editora BAC