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domingo, 30 de outubro de 2011

A Encíclica Mortalium Animos de Pio XI (Ilustrada)

1- Ânsia universal de Paz e Fraternidade 
     Talvez jamais em uma outra época os espíritos dos mortais ficaram tomados por um tão grande desejo daquela fraterna amizade, pela qual em razão da unidade e identidade de natureza - somos estreitados e unidos entre nós, amizade esta que deve ser robustecida e orientada para o bem comum da sociedade humana, quanto vemos ter acontecido nestes nossos tempos.
     Pois, embora as nações ainda não usufruam plenamente dos benefícios da paz, antes, pelo contrário, em alguns lugares, antigas e novas discórdias vão explodindo em sedições e em conflitos civis; como não é possível, entretanto, que as muitas controvérsias sobre a tranquilidade e a prosperidade dos povos sejam resolvidas sem que exista a concórdia quanto a ação e às obras dos que governam as Cidades e administram os seus negócios; compreende-se facilmente (tanto mais que já ninguém discorda da unidade do gênero humano) porque, estimulados por esta irmandade universal, também muitos desejam que os vários povos cada dia se unam mais estreitamente.

Guerra hindu narrada pelo poema Mahabarata

2- A fraternidade na religião. Congressos ecumênicos 

     Entretanto, alguns lutam por realizar coisa não dissemelhante quanto a ordenação da Lei Nova trazida por Cristo, Nosso Senhor.
     Pois, tendo como certo que rarissimamente se encontram homens privados de todo sentimento religioso, por isto, parece, passaram a ter a esperança de que, sem dificuldade, ocorrerá que os povos, embora cada um sustente sentença diferente sobre as coisas divinas, concordarão fraternalmente na profissão de algumas doutrinas como que em um fundamento comum da vida espiritual.
     Por isto costumam realizar, por si mesmos, convenções, assembleias e pregações, com não medíocre frequência de ouvintes e para elas convocam, para debates, promiscuamente, a todos: pagãos de todas as espécies, fiéis de Cristo, os que infelizmente se afastaram de Cristo e os que obstinada e pertinazmente contradizem à sua natureza divina e à sua missão.

Encontro de Assis 2011



3- Os católicos não podem aprová-lo 
     Sem dúvida, estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião de que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.
     Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na gradualmente e inclinam-se ao Ateísmo e ao Naturalismo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada.

Papa Bento XVI aprovando e participando de assembléia ecumênica

4- Outro erro. A união de todos os cristãos, argumentos falazes.
     Entretanto, quando se trata de promover a unidade entre todos os cristãos, alguns são enganados mais facilmente por uma disfarçada aparência do que seja reto.
     Acaso não é justo e de acordo com o dever -costumam repetir amiúde - que todos os que invocam o nome de Cristo se abstenham de recriminações mútuas e sejam finalmente unidos por mútua caridade?
     Acaso alguém ousaria afirmar que ama a Cristo se, na medida de suas forças, não procura realizar as coisas que Ele desejou, Ele que rogou ao Pai para que seus discípulos fossem UM? (Jo 17, 21)
     Acaso não quis o mesmo Cristo que seus discípulos fossem identificados por este como que sinal e fossem por Ele distinguidos dos demais, a saber, se mutuamente se amassem: "Todos conhecerão que sois meus discípulos nisto: se tiverdes amor um pelo outro" (Jo 13, 35)
     Oxalá todos os cristãos fossem "UM", acrescentam: eles poderiam repelir muito melhor a peste da impiedade que, cada vez mais, se alastra e se expande, e se ordena ao enfraquecimento do evangelho.[1]
     Na verdade, sob os atrativos e os afagos destas palavras oculta-se um gravíssimo erro pelo qual são totalmente destruídos os fundamentos da fé.

Paulo VI e seis pastores protestantes durante o concílio V2


[1] Ser um: ter a mesma crença/religião


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