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sexta-feira, 6 de abril de 2012

DO TRATADO DE SANTO AGOSTINHO SOBRE OS SALMOS (63, 2)

Extraído do 2º Noturno de Matinas da Sexta-Feira Santa



4ª Lição

“Defendestes-me ó Deus, da conjuração dos homens e da multidão dos que operam a iniquidade”. Olhemos já agora com atenção para Aquele que é a nossa cabeça. Muitos mártires sofreram estas coisas, mas em nenhum alcançam tamanho relevo como no que é cabeça de todos eles. Aqui vemos melhor o que eles sofreram. Foi defendido da multidão dos homens perversos; defendeu-o Deus, defendeu-se ele mesmo que é Filho de Deus e homem, não abandonando o seu corpo. Porque Ele é ao tempo Filho do homem e Filho de Deus. Filho de Deus por causa da natureza divina; Filho do homem por causa da natureza humana de que se revestiu; tendo o poder de perder e recuperar a sua vida. Que lhe fizeram os inimigos? Mataram-lhe o corpo, mas não lhe mataram a alma. Reparai bem. Era pouco que o Senhor exortasse os mártires com palavras, se não desse o exemplo...


5ª Lição

Sabeis que conjuração era esta de judeus perversos e qual a multidão dos que operam a iniquidade. Que iniquidade? Porque quiseram matar Nosso Senhor Jesus Cristo. Realizei, diz, na vossa presença tantas obras boas, por qual delas me quereis matar? Acolheu com bondade todos os enfermos, curou os doentes, pregou o reino de Deus, não lhes calou os vícios, e isto devia-lhes inspirar ódio dos vícios e não do médico que lhos queria curar. Mas foram ingratos a tudo isto e como frenéticos e tomados de fúria selvática lançaram-se contra o médico que os viera curar e pensaram mata-lo, como para verificar com isto se era mortal ou algum super-homem inacessível aos golpes da morte. Salomão profetizou as palavras que eles disseram: condenemo-lo a uma morte infamante e vejamos se o que Ele diz é verdade. Se é o Filho de Deus, Deus que o livre...



6ª Lição

Aguçaram suas línguas contra mim como um gládio. Não digam os judeus: Não matamos Cristo. Com este fim O entregaram realmente nas mãos de Pilatos, para se darem por irresponsáveis da sua morte. Pois, quando lhes disse Pilatos que O matassem eles, responderam que não lhes era lícito matar ninguém. Queriam, pois, carregar o juiz com a maldade do seu crime. Mas poderiam eles iludir o Juiz eterno? Pilatos, porque praticou o crime, não pode por isso mesmo considerar-se inocente; mas ao lado deles merece muito mais condescendência. Tentou por quanto pôde arrancar-lho das mãos, e com este fim mandou-O flagelar. Não flagelou o Senhor por justiça, mas para ver se lhes saciava o furor e os abrandava e os levava a desistir do crime, vendo o Senhor flagelado. Fez isto. E porque eles persistiram, sabeis que lavou as mãos e se declarou irresponsável naquela morte. No entanto mandou-O matar. Mas se ele é réu, que matou o Senhor, coagido, eles são inocentes, que o obrigaram a dar-Lhe a morte? De modo nenhum. Ele proferiu a sentença e mandou-O crucificar, foi por assim dizer quem O matou; mas quem matou o Senhor realmente fostes vós, ó judeus. Com quê? Com a espada da língua, porque afiastes as vossas línguas. E quando O feristes? Quando gritastes: crucifica-o, crucifica-o...

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