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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CURSO DE TEOLOGIA DOGMÁTICA - 2ª Aula


CURSO DE TEOLOGIA DOGMÁTICA

 2ª Aula – Da Criação - Os Anjos

Ao nos depararmos com as obras de Deus, atribuímo-las às Pessoas Divinas por meio de Apropriação. Na verdade, a Santíssima Trindade realiza as obras divinas. Porém, como o Pai é o princípio das outras duas Pessoas, por geração e processão, atribuímos a Ele a obra da Criação. Ao Filho, por ser o Verbo Divino, atribuímos as obras de sabedoria, como a ordem do universo e sua posterior restauração. Ao Espírito Santo, por ser procedido do Amor Divino, atribuímos as obras de amor, como a Santificação das almas. No entanto, há obras que são exclusivas da Segunda Pessoa como a Encarnação e a Redenção, pois somente o Filho se encarnou no seio puríssimo da Santíssima Virgem e somente Ele morreu na Cruz, etc.


In principio creavit Deus caelum et terram” (Gên. 1,1)

O Céu de que se trata o primeiro versículo da Sagrada Escritura é o mundo espiritual com seus puros espíritos, os chamados pelos filósofos de substâncias separadas e que nós, de modo geral, chamamos de anjos. Obviamente, em “terra” estão designados os seres corpóreos.

Santo Tomás de Aquino, tratando-se dos seres angélicos, busca seus fundamentos em dois autores: Pseudo-Dionísio, o Areopagita e São Gregório Magno. Estes dois, abarcados por Santo Tomás são os que nos apresentam, de forma mais completa, as ordens, as hierarquias e as funções das criaturas celestes.

Sabemos pouquíssimas coisas sobre os anjos. Mas o que nos foi revelado e o que nos é ensinado pelos santos são dados suficientes para a nossa vida sobrenatural. E é por meio destas três coisas: ordem, hierarquia e função que podemos ter certas noções acerca deles.

Podemos defini-los como sendo “puros espíritos, isto é, substâncias espirituais inferiores a Deus, porém superiores ao homem” (Doutrina CatólicaO Dogma, Boulenger, 7ª Lição, Dos Anjos), que louvam a Deus e O servem diretamente ou por meio de missões relativas à criação, que possuem inteligência muito mais elevada que a do homem, que conhecem os fatos futuros dependentes de causas necessárias, mas que não conhecem os que dependem da vontade humana e nem os íntimos segredos humanos. Etimologicamente, anjo (do grego aggelos) significa mensageiro. São eles, pois, anunciadores de Deus.

Há três hierarquias e nove ordens (ou coros) distribuídas três a três em cada uma das hierarquias:


1ª Hierarquia → Composta pelos Serafins, Querubins e Tronos. Contemplam a Deus. Têm por objetivo a consideração do fim. Têm o conhecimento imediato das razões das coisas. São mais unidos a Deus.

Serafins: Significa queimar completamente. Contemplam o Amor de Deus.

Querubins: Contemplam o conhecimento de Deus, os seus mistérios.

Tronos: Contemplam a grandeza de Deus. Sede de Deus. Apresentam as coisas divinas às ordens inferiores.

2ª Hierarquia → Composta pelas Dominações, Virtudes e Potestades. Cuidam do governo do universo, dos planos da sabedoria divina. Orientam as ordens inferiores sobre o que se deve fazer.

Dominações: Dominam as demais ordens inferiores. São os ministros de Deus.

Virtudes: São a força de Deus. Por esta ordem é que são operados os milagres.

Potestades: Transmitem à 3ª hierarquia o que deve ser feito. Visam ao cuidado com a forma correta de operar.

3ª Hierarquia → Composta pelos Principados, Arcanjos e Anjos. Têm por objetivo executar, propriamente falando, as ordens divinas. São os anunciadores das coisas divinas; os mais próximos dos homens.

Principados: São os que iniciam a ação. São os condutores das ordens inferiores. São mensageiros dos países, povos, dioceses, etc.

Arcanjos: São os príncipes dos anjos. São núncios das grandes coisas divinas.

Anjos: Executam as ordens simples, mas necessárias. Uma das suas missões é a guarda de cada um dos homens.

Uma observação cabe aqui quanto aos anjos decaídos. Todos eles preservam sua natureza e, portanto, sua hierarquia e sua ordem. Assim, uma potestade que tenha se precipitado no inferno preserva seus poderes naturais pertinentes à sua ordem.
Há muito desconhecimento por parte de nós a respeito dos anjos. Há muitas opiniões conjecturais para se entender a estrutura das hierarquias e ordens angélicas. Por exemplo, existem explicações diferentes quanto a São Miguel ser chamado de arcanjo; se os dois querubins guardam de fato a entrada do Éden. Santo Tomás diz, quanto a este último fato, que talvez eles tenham recebido a ordem, ou seja, é da responsabilidade deles a guarda, mas os que a executam podem ser de hierarquia inferior. Enfim, o fato é que Deus nos revelou o necessário em relação às substâncias separadas para a nossa vida sobrenatural e disso devemos tirar proveito apenas para a nossa santificação.

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